Você, como pai e mãe, consegue perceber qual a importância de conhecerem o desenvolvimento emocional do seu filho/a? E como conhecer essas etapas pode lhe auxiliar?  O desenvolvimento infantil é parte do desenvolvimento humano, que abrange o ciclo completo da vida, da concepção à morte, e é organizado em torno de períodos de evolução. O desenvolvimento emocional é um padrão de mudanças, dentro desse quadro maior de desenvolvimento, que acontecem nas emoções, na personalidade e nas relações sociais que variam de acordo com a fase de vida em que estamos.  

Mas como conhecer o desenvolvimento emocional pode auxiliar vocês a compreenderem e lidarem melhor com seus filhos (as)?

 O desenvolvimento infantil é uma teoria complexa de múltiplas influências e para que possamos compreendê-las é necessário observá-las de diversas perspectivas. Essas etapas foram divididas em algumas faixas etárias para melhor compreensão, são elas:

  • Primeira Infância (0 a 3 anos);
  • Segunda Infância (3 a 6 anos);
  • Terceira Infância (6 a 11 anos);
  • Adolescência (11 até em torno dos 20 anos);

As emoções, tais como, a tristeza, alegria e medo, a personalidade e as relações sociais são um conjunto que fazem parte do desenvolvimento psicossocial humano, associadas a mudanças fisiológicas (do corpo) e comportamentais de cada indivíduo.

Vamos ver a seguir o que ocorre em cada uma das etapas do desenvolvimento e como o contexto social interfere no amadurecimento da criança.

Muitas vezes elas se sentem tristes, envergonhadas, sobrecarregadas, furiosas e tentam pedir ajuda através da maneira que conseguem. 

Durante a Primeira Infância os sinais iniciais de emoção são revelados pelo bebê após o nascimento, ou seja, quando sentem algum contentamento, alguma aflição ou interesse é demonstrado de alguma forma, como por exemplo: os recém-nascidos deixam bem claro quando estão se sentindo infelizes, soltando gritos agudos, agitando os braços e as pernas.       

À medida que o tempo passa, os bebês tornam-se mais responsivos às pessoas: sorriem, esticam os braços e finalmente vão ao seu encontro. 

O constrangimento, a empatia e a inveja, são exemplos de emoções autoconscientes que surgem após a criança desenvolver a consciência e a autoconsciência. 

Mas o que é a consciência e quando a desenvolvemos? Ela é uma compreensão que as crianças começam a ter entre os 15 a 24 meses, de que ela tem uma identidade própria e que é diferente do resto do mundo. 

Exemplos de percepção de identidade:

Nesse período o vínculo entre o bebê e o cuidador fica mais forte. O apego tem valor adaptativo para a criança, assegurando que suas necessidades tanto psicossociais quanto físicas sejam realizadas. 

Essa é a fase em que seus filhos começam a se questionar “Quem sou eu no mundo?”, um processo de conhecer a si próprio que dura a vida inteira, mas que começa por volta dos 6 anos. 

Na Segunda Infância, fica mais evidente a autodefinição das crianças, ou seja, o modo como elas se descrevem, refletindo o desenvolvimento delas.   

A autorregulação emocional guia o indivíduo na capacidade de contribuir e controlar os próprios sentimentos e a conviver com os outros.

A seguir vou mostrar alguns exemplos de autorregulação das crianças: 

Na segunda infância, é quando essa capacidade de se autorregular começa a ficar mais acentuada e a criança começa a ter condições de conseguir ter um autocontrole melhor, mas o que é importante ter em mente é que essa capacidade só estará totalmente desenvolvida por volta dos 24 anos de idade.

Então, começamos na segunda infância, mas ainda há um bom chão para que esse desenvolvimento aconteça.

 Na Terceira Infância, à medida que as crianças ficam mais velhas tornam-se mais conscientes de seus próprios sentimentos e dos sentimentos alheios. A criança está ciente das regras de sua cultura sobre o que é aceitável na expressão de suas emoções.

Ela descobre o que a deixa com raiva, medo ou triste  e como as pessoas reagem quando exibem suas emoções e começam a ter mais condições de aprender a comportar-se adequadamente.

 A criança tende a tornar-se mais empática e inclinada a um comportamento social nessa etapa. 

Por fim, a última fase do desenvolvimento emocional é a adolescência, etapa em que  se inicia a busca pela identidade. 

Por identidade, para que vocês possam entender melhor, nós compreendemos que estamos falando de uma visão de si mesmo, composta por objetivos, valores e crenças com os quais o indivíduo está comprometido. 

Essa identidade se forma quando o jovem consegue cumprir etapas fundamentais:

Como é a relação nesse período com a família? 

A adolescência apresenta desafios, como a tensão da dependência dos pais e a sua necessidade de separação. Essas tensões acabam gerando conflitos familiares e quando juntamos com os estilos de parentalidade e de monitoração, isso pode influenciar bastante em como será a transição da adolescência para a vida adulta. 

Resumindo, as mudanças nos primeiros anos de vida são mais claras e expressivas de crescimento e os primeiros anos de vida e de desenvolvimento, são de extrema importância para o ser humano.

O bebê se torna uma criança ativa, capaz de caminhar e explorar o ambiente. A criança pequena adota o mundo da escola e da sociedade. Em seguida, o adolescente, com um novo corpo e uma nova consciência, prepara-se para vivenciar novas e constantes descobertas  diante da perspectiva adulta. 

Nós continuamos escrevendo a própria história do desenvolvimento humano para nós mesmos e a nossa sociedade enquanto vivemos e até a velhice, nosso desenvolvimento emocional, não é interrompido, afinal, hoje, já sabemos que nosso cérebro, é capaz de manter-se aprendendo até nosso último suspiro.

Entender todo esse processo do desenvolvimento das emoções para seus filhos, os ajuda a conseguir compreender porque eles agem como agem e a lidar com eles de acordo com cada comportamento e cada faixa etária.

Compreender que precisamos ter paciência, tolerância e compreensão com algumas etapas do desenvolvimento dos nossos filhos, é compreender que em determinados momentos, eles não conseguirão dar o que nossas expectativas querem, e quando entendemos o que podemos esperar deles, nós também entendemos o quanto precisamos trabalhar e modificar em nós adultos para melhorarmos nossa relação com eles.

Afinal, educar filhos, trata-se de um processo muito mais do adulto do que da criança e quando entendemos sobre o desenvolvimento como um todo e principalmente das emoções, entendemos que é preciso estudar e aprender constantemente para ser pai e mãe!

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*Texto escrito por Renata Lela Psicóloga (CRP: 06/68519) e pela estagiária em Psicologia Clínica Sarah Letícia Ramalho.

REFERÊNCIAS:

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