Muito se fala sobre o que ou quem é essencial de fato nesse período de Pandemia. Quais são os serviços que devem ser mantidos abertos? Quais profissionais são considerados essenciais? E nessa discussão sobre o que deve ou não ser mantido aberto ou fechado, ou até mesmo quais categorias devem ser consideradas essenciais, acho que nos esquecemos de incluir uma categoria, que tem sido imprescindível e totalmente necessária para que a Pandemia possa ser conduzida e para que possamos atravessar esse momento. Acho que estamos nos esquecendo das mães.

A DEMANDA DAS MÃES EM TEMPOS DE PANDEMIA

Desde que o mundo parou, há mais de um ano atrás, as vidas das mães giraram em uma curva de trezentos e sessenta graus e muitas delas foram forçadas a realizarem mudanças em várias partes de suas vidas, algumas até de maneira bem drástica.

Mães que já possuíam jornada dupla ou tripla de trabalho, se viram forçadas a assumirem também os estudos e as aulas com os filhos, além de terem que conciliar o trabalho em casa, com as crianças e adolescentes em casa cem por cento do tempo.

Além de toda essa pressão e de toda a sobrecarga, as redes de apoio foram retiradas. Idosos, como os vovôs e vovós passaram a fazer parte do grupo de risco e precisaram se isolar. A rede de ajuda que muitas mães possuíam, como grupos de amigas, profissionais do lar, precisaram se afastar e a sobrecarga criou exaustão!

Agora, mais de um ano depois, temos mães exaustas, tensas, com a saúde mental e emocional extremamente desgastadas, mas que por conta da extensão da Pandemia ainda precisam continuar dando conta de acumularem os vários papéis a que estão submetidas e em um cenário ainda pior.

Muitas tiveram que pedir demissão, outras foram demitidas de seus trabalhos, mesmo sendo o sustento da família e algumas delas precisam contar com a ajuda financeira de outras pessoas para se manterem.

Em uma simples e rápida pesquisa no Google sobre a sobrecarga das mães na Pandemia, encontrei vários materiais, artigos, textos em blogs, indicações de leituras e muito conteúdo todos relatando a intensa demanda e a exaustão a que elas tem sido submetidas.

Inclusive deixo abaixo um artigo que achei bem interessante como sugestão de leitura para vocês.

Veja o artigo aqui.

E diante de todo esse cenário, como não tratar as mães como essenciais diante de todo esse contexto? Como não criar políticas públicas onde elas possam ser inteiramente priorizadas, principalmente aquelas que mais precisam?

Não quero e nem é minha intenção por aqui problematizar isso não, mas achei que valeria a pena a reflexão com vocês que estão vivendo tudo isso e enfrentando esse momento!

E já que eu imagino que esteja muito difícil por aí e que o cansaço e a exaustão estejam dominando o dia-a-dia de vocês, preparei algumas dicas para que vocês possam colocar em prática e tentar ajudar a melhorar um pouco a situação.

– Reserve alguns minutos do dia para você: Sei que parece difícil até de pensar nessa hipótese, mas quando falo alguns minutos, pode ser alguns minutos mesmo, como uma xícara de café mais demorada, um banho mais longo, coisas que você consegue incluir no seu dia-a-dia de maneira mais tranquila;

– Delegue e permita que outras pessoas lhe auxiliem: Peça ajuda e aceite ajuda! Parece simples, mas apenas reflita quantas são as vezes em que você se boicota, onde pode contar com a ajuda de alguém, mas acaba por entender que é melhor que seja feito por você. E quando falo em delegar, falo inclusive em permitir que as crianças e os adolescentes assumam as tarefas. O que eles já podem fazer que você não precisa mais fazer por eles?;

– Desconstrua em você o super mito da mãe herói e romântica que dá conta de tudo: Ninguém dá, somos todos humanos e falíveis e na atual situação em que nos encontramos, estamos todos fazendo o possível;

– O que os outros podem fazer por você? Peça: Temos uma tendência a achar que o outro vai adivinhar o que precisamos e quando ele não consegue, nos frustramos e levamos essa frustração para nossos relacionamentos. Não espere que o outro adivinhe: Peça!;

– Está tudo bem que as crianças fiquem um pouco mais nas telas nesse momento que estamos vivendo ou que não comam o prato de cinco cores em todas as refeições: Faça o possível! O possível nesse momento não será o ideal, mas será aquilo que você vai dar conta de fazer;

– Saia com as crianças para tomar um ar em locais abertos e em horários mais tranquilos sempre que possível: Parques, áreas comuns e arejadas dos Condomínios, enfim, lugares em que seja possível que você consiga sair um pouco de casa e que você se desconecte um pouco das paredes do mesmo local.;

– Faça um piquenique no quintal, brinque de tinta em um plástico, use água na varanda, faça uma tarde de cabaninha e de filme com pipoca: Mude e faça algo diferente não só por eles, mas por você: Ligue o som, cante e dance a sua música favorita, vai acabar virando um super momento de diversão!

E finalmente lembre-se: estamos em uma guerra e em uma guerra, apenas precisamos sobreviver. Isso significa que todo o resto que não for urgente, vamos resolver depois! Por mais que seja difícil, não se cobre tanto!

E entenda que você é essencial! Você é essencial para você antes de ser para seu filho, sua filha, seu companheiro ou companheira! Você é incrível porque em meio a todo esse caos, tem sobrevivido um dia de cada vez!

E você é tão incrível que sairá com enormes aprendizados! Bem exausta e muito cansada, mas repleta de memórias que também serão muito positivas de tudo isso que temos vivido!

Portanto, sem heroísmo ou romance, Feliz Dia de Você! Feliz dia das mães! Que seja um dia especial, recheado de muitos abraços, beijinhos, comida simples, docinho de sobremesa, brinquedos pela casa, vídeo chamada com a vovó, enfim, que seja um dia feliz, de memórias incríveis em meio ao caos!

E a todos que possam estar vivendo a perda e o luto nesse momento, o meu abraço muito sincero e acolhedor e o meu desejo de que em meio a dor encontrem forças para seguirem adiante!

E aproveitando, sou coautora de um livro que aborda os desafios da maternidade e que pode lhe auxiliar muito nesse desafio de educar os filhos. Leitura pode ser uma ótima oportunidade de tirar uns minutos para você. Que tal cinco páginas por dia apenas? Ficou interessada? Vou deixar o link abaixo para você!

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Por Renata Lela – CRP 06/68519

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