O estilo parental é um conjunto de comportamentos e atitudes dos pais e todo o clima existente em uma relação. A maneira como os pais educam seus filhos, a expressão corporal, a forma como lidam com as questões do dia a dia, o tom de voz e as estratégias utilizadas para disciplinar as crianças (elogios, afeto, regras, punição, comandos, comunicação, entre outros), todo esse conjunto vai constituir o seu estilo parental.

Como o seu Estilo Parental pode afetar o comportamento do seu filho(a)?

Existem quatro estilos básicos descritos como estilo parental. O estilo Autoritário, Negligente, Permissivo e o Participativo (ou Firme e Gentil). Um deles, o estilo participativo, é o mais favorável ao desenvolvimento integral de uma criança. 

O que faremos no texto desse mês é tentar apresentar a vocês os três estilos que não são recomendados e tentarmos entender o que eles podem gerar de consequências e comportamentos negativos nas crianças. 

E, a partir disso, no mês de Agosto, tentaremos trazer o estilo firme e gentil e reflexões para que vocês possam aprimorar por aí sua forma de lidar com seus filhos e alcançar melhores resultados futuros e menores consequências que não sejam bacanas para eles. 

Vamos começar conhecendo o Estilo Autoritário? 

Pais com esse estilo parental, geralmente, são pais com um alto nível  de exigência, que impõe regras e limites rígidos e que têm como objetivo a obediência e o controle total. Geralmente consideram pouco a opinião dos filhos e os sentimentos dos mesmos.

As pesquisas têm mostrado que os filhos de pais autoritários tendem a ter um desempenho razoável, mas acabam se tornando crianças submissas que imaginam que devem se anular ou fazer tudo em busca da aprovação do outro ou crianças agressivas e revoltadas que resolvem os problemas através de brigas e discussões. 

Em geral, o estilo autoritário dos pais faz com que as crianças apresentem habilidades sociais pobres, baixa autoestima e alto índice de depressão, ansiedade e estresse.       

Já no outro estilo que descreveremos esse mês, o Estilo Permissivo os pais colocam poucos limites e muito afeto, ou seja, autorizam quase tudo aos filhos e, consequentemente, os mesmos acabam estabelecendo quais serão as regras da casa. 

Mas porque isso ocorre? Os pais têm a apreensão de que se falarem “não” para as crianças, não serão mais amados, por isso, não impõe regras e acabam exagerando nas permissões e no sim.

E afinal, o que isso acaba gerando na vida das crianças? 

Os filhos  educados por pais permissivos geralmente apresentam pior desempenho nos estudos, dificuldade com enfrentamento de regras e limites e podem apresentar comportamentos antissociais.

Apesar de demonstrarem boas habilidades sociais e baixos níveis de depressão, apegam-se muito em bens materiais e possuem baixo nível de tolerância a frustrações. Afinal, como vão crescer de uma forma a ter autonomia de pensamento e criticidade diante das situações, se a grande maioria das situações facilitadas e feitas para eles sem muito esforço? Se quase tudo sempre foi realizado para eles?

Já no Estilo Negligente, diferente do Permissivo e do Autoritário, são pais que apresentam poucos limites e pouca responsividade, ou seja, permitem quase tudo e não se importam em relação ao seu papel de pais e com os sentimentos dos filhos. 

E a negligência não é somente de cuidados físicos, como muitos pensam. Ela pode também ser de afeto, tempo e carinho. Por exemplo: Podem ser pais muito ocupados que não tem tempo, não tem interesse necessário para a educação dos filhos. 

Às vezes, possuímos a ideia de que esses exemplos só ocorrem muito longe de nós, mas será mesmo? 

Negligência também é carência de afeto, de amor, atenção, das necessidades básicas da criança. Então, quando nós, pais e mães, ficamos poucas horas com nossos filhos e ainda não estamos ali presente, acolhendo, escutando e formando uma conexão de forma contínua, sim, é uma negligência.        

Lógico que não estou dizendo que é o mesmo de quando isso ocorre vez ou outra, por uma impossibilidade ou demanda, mas se ocorre a negligência afetiva de forma constante, aí sim poderemos ter uma situação que a longo prazo, pode acarretar danos no comportamento da criança.

As pesquisas têm mostrado que este estilo parental traz piores resultados, como comportamentos antissociais, baixo desempenho acadêmico, correlação com depressão, baixa autoestima, estresse e pode ainda ocasionar problemas afetivos.  

Depois de ler o texto, vocês conseguiram refletir um pouquinho e perceber se vocês se encaixam em algum desses estilos parentais? Conseguiram perceber a importância de se entender e aprender um pouquinho sobre os mesmos pelo impacto deles no comportamento das crianças e adolescentes?

Muitos pais questionam “mas eu tenho mais de um estilo”? Isso é um problema?

Não necessariamente, podemos e até nos vemos em mais de um, mas quase sempre possuímos um estilo parental predominante, que aparece quando estamos nervosos ou sob pressão. Podemos também, carregar características e comportamentos de outros estilos que podem aparecer diariamente com a criança.

Mas, como havia dito no início, o mais adequado pela Disciplina Positiva é o Firme e Gentil, afinal, firmeza quando combinada com gentileza, significa respeito pela criança, por você e pela situação.       Vamos falar mais sobre esse estilo no próximo texto, não deixe de conferir lá em Agosto a continuação!

*Texto Escrito pela Psicóloga Renata Lela – CRP: 06/68519 e pela estagiária em Psicologia Clínica Sarah Letícia Ramalho.

REFERÊNCIAS:

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